Deus nos recebe de braços abertos sempre
Queridos irmãos e irmãs, o 24º Domingo do tempo comum tem como tema
central a misericórdias de Deus, pois Ele está sempre com braços abertos
para nos abraçar e dar o seu perdão. Ele sempre recebe com carinho os
pecadores arrependidos que voltam para sua casa.
O livro do Êxodo nos recorda e nos mostra a MISERICÓRDIA de Deus para
com o seu Povo infiel. Embora, esse Povo experimentou, na trajetória do
êxodo que fizeram para a terra prometida, muitos favores de Deus que
aconteceram na libertação deles do Egito que os escravizava. Fizeram
aliança com Deus e prometeram a Ele que seriam fiéis, mas quebraram a
promessa feita a Ele quando adoram o bezerro de ouro feito por suas
mãos, transformando-o como imagem de Deus.
Deus quer castigar esse povo que fez isso, mas Moisés intercede a favor
desses que cometeram esse grave deslize, para que houvesse misericórdia
Dele com o povo transgressor. Deus perdoa e desiste de castigar o Povo
por causa de Moisés. (cf. Ex 32,7-11.13-14). A imagem de Deus era
proibida de ser feita pelo Povo porque Javé é Deus e a sua
transcendência não precisa ter uma imagem material para representá-lo
como as imagens dos deuses do culto pagão.
O apóstolo Paulo, na sua primeira carta ao Timóteo, nos fala da
misericórdia de Deus dada a ele, pois ele foi o perseguidor forte da
Igreja de Cristo, mas a misericórdia divina o abraçou e fez dele um
apostolo. Essa bondade de Deus faz com que Paulo seja grato e feliz,
pois a graça da revelação de Cristo o atingiu por inteiro. (cf. 1Tm,
1,12-17)
Deus sempre faz isso conosco, mesmo quando desviamos do caminho que leva
a Ele e é nesta hora de escuridão em nossa vida, Deus vem em socorro
para nos chamar de novo para a vida plena com Ele.
O evangelho de Lucas nos fala que Jesus mostra o rosto misericordioso
para com os pecadores. Deus está disposto a perdoar aqueles que
transgrediram a sua lei. Neste contexto de misericórdia, Jesus apresenta
três parábolas que são: a da orvelha perdida, a da moeda perdida e a do
filho pródigo que se perdeu na vida desregrada. A alegria do encontro,
do regresso e do achado dos que estavam perdidos são motivos de alegria e
felicidade para todos. Isso representa a ação da misericórdia de Deus
para conosco.
Esta alegria é propagada para todos, pois o retorno e a volta dos
pecadores são algo precioso para Deus. Deus não quer que ninguém fica
fora da salvação Dele, pois todos são chamados para a vida da graça; Não
há pecado que Deus possa perdoar, mas depende do nosso arrependimento e
que sejamos abertos a graça Dele sempre. As quedas podem vir, mas Deus
sempre está com braços abertos para nós, dando a alegria do seu perdão.
(cf. Lc 15,1-32)
Santo Agostinho escreve: "É o próprio Verbo que grita, para que voltes; o
lugar da tranquilidade imperturbável se encontra onde o amor não
experimenta o abandono" (Confissões, IV, 11.16). "Quando ainda estava
longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro,
abraçou-o e cobriu-o de beijos" (Lc 15,20) e, repleto de alegria, pediu
que preparassem uma festa. (homilia do papa Bento XVI em 12/09/2010)
Que esta liturgia nos abra o coração ao perdão e que não fechemos a
nossa vida para aqueles que querem retornar. Nós não podemos ser
obstáculos aos outros, mas pontes que levam a todos a oportunidade de
ter a salvação recuperada. Tudo por Jesus nada sem Maria!
Bacharel em teologia e filosofo Jose Benedito Schumann Cunha
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